Hoje é o dia que se estabeleceu para a comemoração da consciência negra.
Entendo o processo histórico que colocou o véu divisor entre as práticas
humanistas e racistas (que fizeram sofrer muitas outras etnias também, não só
as dos povos africanos), pois é, você leu bem: ETNIAS. Porque concordo com os
teóricos que dizem que raça, existe uma: a HUMANA e que as suas subdivisões
chamam-se etnias. Enfim... Blábláblá teórico para alguns.
Entretanto, essa noção de diversidade na unidade é o ponto principal
desse grande movimento que se denominou de consciência negra. Se for um
movimento criado para exaltar os povos africanos que vieram para o Brasil e
aqui estabeleceram raízes e geraram descendentes que foram importantíssimos
para o crescimento do nosso grande Brasil, assino embaixo. Mas, se esse dia foi
criado apenas para reparar algum mal anterior, tô fora.
Sei que minha posição é polêmica, mas parto do princípio de que toda etnia
tem direito ao culto das suas crenças e às práticas dos seus valores, desde que
elas não ameacem a integridade física ou emocional de qualquer outra pessoa.
Mas o que me levou mesmo a estar aqui escrevendo foi um cartaz que vi
hoje e dizia: “devemos ter consciência que todos são iguais, não só hoje”. Eu
reluto e reluto em aceitar completamente essa afirmativa, ou ao menos aceitar
essa afirmativa assim, sem mais explicações, até porque a maioria das pessoas
ainda estão no primeiro parágrafo achando tudo isso um blábláblá.
Gente, nós não somos iguais! Os cristãos dirão que temos a mesma origem
divina, os hinduístas dirão que partilhamos da mesma energia vital, e assim por
diante. Entretanto, apesar de termos uma origem ou um fim único, não significa
que somos iguais. Somos parte e como parte, temos as nossas particularidades,
portanto, não podemos ser iguais. Aceitar esse fato é aceitar que podemos ser
diferentes e mesmo assim sermos bons, mesmo assim sermos especiais, mesmo assim
estarmos corretos e em concordância com o todo.
O maior preconceito, na minha humilde opinião, é pensar que ser
diferente é ruim e querer fazer tanta força para que todos sejam iguais. Não
precisa, não é primordial ser igual, ser igual não impulsiona a evolução. Ser
igual é estagnação, é parar no tempo e no espaço, é negar a individualidade do
ser divino comum que há em nós, pois o que é divino evolui, muda, fica
DIFERENTE.
SER DIFERENTE NÃO É RUIM, RUIM É O PRECONCEITO DE QUEM ACHA QUE DEVEMOS
SER TODOS IGUAIS!
Espero que todos possamos ser conscientes, não
só hoje, mas todos os dias e não só com os negros que fortes enraizaram suas
tradições culturais entre nosso povo, mas também com os indígenas tão sofridos da
nossa terra brasilis, com os ciganos há tanto tempo perseguidos, com os descendentes
de imigrantes italianos e alemães enganados no passado ao virem para uma terra
estranha e inóspita e hoje com comunidades enormes no sul do Brasil, enfim...
Que hoje possamos confraternizar pelo dia da consciência de que somos HUMANOS,
uno de origem, mas diferentes por criação, educação, genética e escolhas!