Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Recomeçar para Evoluir


Hoje estive na praia vendo o mar, sentindo o cheiro da água salgada, a brisa tocar de leve meu rosto e além de tudo isso observar quanta gente se aglomera em um espaço de areia em busca do prazer de estar sob o sol tomando banho de mar junto às crianças em suas brincadeiras infantis preferidas da praia: construir castelos de areia na melhor versão dos contos de fadas.
Observando as pessoas em volta, logo me chamou atenção duas famílias, as duas um pouco mais a minha frente. Em uma, a do lado esquerdo, havia um menino de aproximadamente 7 anos e um homem adulto que brincavam na areia com suas pazinhas plásticas, fazendo sabem o que? Pois é, construindo castelos. E esses dois estavam se esfoçando, pois já estavam com um monte de areia bem alto além de haver uma vala funda em volta do que parecia ser o início do castelo.
Já do outro lado havia um outra família, com duas crianças brincando: um menino de uns 5 anos e uma menina de uns 3 aproximadamente. Já não preciso dizer que eles também estavam brincando de construir castelos. Notei que eles construiam e logo destruiam para começar outro em seguida. Um pouco depois o menino foi brincar na beira d’água, deixando a menina sozinha, que não se fez de rogada e foi chamar o pai para ajudá-la a terminar de construir suas obras. O pai foi e logo pegou o baldinho, encheu de areia e virou-o para formar o monte que daria forma ao futuro castelo. Ele fez a menina sentar-se ao lado enquanto ele fazia tudo. Ela bem que tentou ajudar o pai, que desviava as maosinhas pequeninas dela para outro lado, acho até que dizendo para ela esperar. O pai levantou o balde e a areia não havia saído, ela levou a mão mais uma vez para bater no fundo do balde como quem diz: olha pai, tem que bater assim para sair! Ah.... mas ele mais uma vez afastou as maosinhas dela e repetiu o gesto da filha, batendo no fundo do balde até conseguir desenformar o tal “castelo”. Ele falou alguma coisa para ela, acho que em tom de comemoração pelo castelo estar pronto, no momento em que ela levantou a mão e destruiu parte do castelo. Ele, tirou a mão dela e ainda tentou lutar com a filha para que o castelo não fosse derrubado, mas foi vencido, pois a graça da brincadeira era justamente contruir e destruir para construir outro em seguida.
Pobre pai... parece-me que não entendeu qual era a brincadeira e parou de construir castelos com a filha.
Pergunto-me agora, quando foi que paramos de construir nossos castelos?
É, temos muito o que aprender com as crianças, essa menininha me fez refletir sobre a importância do recomeçar. Nós, adultos, com o tempo, acabamos por temer a destruição, temos medo das ruínas, temos medo das perdas, temos medo de talvez não termos forças para recomeçar e reconstruir nossos castelos perdidos. Será que esse pai vai demorar muito tempo para aprender com sua filha que a importância da jornada da vida está no exercício do recomeço, da reconstrução e da disponibilidade para levantar e seguir adiante, mesmo que sobre ruínas feitas pelas nossas próprias nãos?
Onde havia um adulto ativamente construindo um castelo, observei o fosso que ele abria representando essa segurança. Mas o caminho da vida geralmente é feito mais de recontrução do que de segurança de uma fortificação de um grande castelo com um fosso cheio de feras em volta a nos preteger dos perigos do mundo visível e invisível.
Portanto, vamos fazer uma reflexão sobre quem estará mais preparado para enfrentar os reveses da vida no futuro: o menino fortificado em seu grande castelo seguro de todos os males ou a menininha que desde cedo já sabia a lição de que sobre ruínas também é possível construir castelos? Fica o exercício para cada um de nós: refletir sobre a importância de recomeçar para evoluir.