Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Feliz Dia do Amor...

Hoje, feliz, abri meus e-mails, li twitter dos meus seguidores e seguidos, acordei com um pensamento que me ocorreu momentaneamente: ontem foi dia do amigo. Não lembrava, na verdade, não me ligo muito nestas coisas de dia disso, dia daquilo. Também não vou mentir dizendo que não me importo com essas coisas, pois lá no fundinho ligo sim, e creio, talvez um pouco ingenuamente, mas com coragem, que todas as pessoas ligam, principalmente aqueles que mais ferrenhamente dizem não se importar. Outros dirão: coisa de homem, não se liga em datas. Eu digo: coisa de pessoas relapsas que não aproveitam estas pequenas oportunidades de demonstrar toda a beleza do ser humano, reviradas em gratidão, carinho, amor, respeito e enfim, AMIZADE.
Estas palavras têm um motivo singelo: pedir desculpas aos meus amigos que carinhosamente lembraram-se desta aqui que vos fala e não tiveram retorno ontem, pois ontem o dia foi realmente atribulado (sei que desculpas de trabalho demais não contam), saí de casa às 7h30 e retornei às 22h30 e no meio tempo tive várias oportunidades de sentar e mandar ao menos um SMS, mea culpa, mea culpa... Agora, tento com mal fadadas linhas e palavras meio mal escritas (acho que minhas palavras não são ruim de todo – modéstia à parte) de alguma forma dizer aos meus amigos que os amo, dizer aos meus amigos, amigas, que cada um a seu modo me ensina algo, são pessoas que admiro, e como diz um texto que li há pouco tempo, parecem realmente anjos (piegas? Pra mim, verdadeiro) que me abraçam silenciosamente em meus pensamentos, imaginação e lembranças enquanto adormeço, que me dão beijos carinhosos enquanto estou aqui escrevendo, que pensam em mim com carinho em diversos momentos do seu dia, que se dedicam a também me amar, cada um do seu jeito, com a sua intensidade, mas todos com o mesmo descompromisso de ser apenas AMIGO. Descompromisso mesmo! Porque compromisso de amar, temos com pai, mãe, irmão, filhos. Compromisso que nossa sociedade nos impõe e que para alguns é tortura, pois não conseguiram, ainda, fazer destes, apenas amigos. Por isso digo que o amor mais puro, singelo e verdadeiro é o amor de amigo, o amor livre, o amor descompromissado. As mães podem ler minha opinião e pensar que fiquei doida e falo isso apenas por não ter filhos (e até pode ser, não os tenho mesmo), pois bradam aos quatro ventos que o único amor incondicional é o amor de mãe. Penso e sinto que não! Penso que amor incondicional é aquele que não nos cega para a realidade da vida, é aquele que nos ajudar a crescer, é aquele que nos alimenta e não sufoca. Uma mãe mataria para proteger seu filho (provavelmente eu o faria também se tivesse um filho), mas isso é instinto de proteção da cria, do sentimento de posse e responsabilidade extrema do corpo. Pergunto: quem ama mata? Filosófico demais, controverso demasiado, ou apenas demasiadamente humano.
Fato: adoro a frase de Kundera - “a insustentável leveza do ser” – brecha para várias interpretações, mas a minha, neste caso, é a de que amigos são assim, insustentavelmente leves, seres que planam pela nossa vida, aparecem e desaparecem com a graça dos ventos dos acontecimentos, mas que mesmo quando estão longe, conseguem estranhamente estarem presentes e apenas serem em meu Ser. São parte de mim porque me ensinam, são parte de mim porque entraram na minha vida e a marcaram com pedaços arrancados de si, entregaram-me algo, deixaram suas energias gravitando em minha vida e com cada um aprendi alguma coisa especial. E dessa forma, não foram apenas passagens, tornaram-se um pouco EU e eu me tornei um pouco eles, mesmo que muitos deles ainda não saibam a importância que têm em minha existência.
Peço licença para nomear, sei que pode ser indelicado com alguns, mas não posso perder a oportunidade de agraciar outros, tão importantes como a minha própria vida. Mãe Telma, você me ensinou a não desistir de um sonho e perseverar – mesmo quando as adversidades são grandes aprendi que posso escolher meus caminhos e viver pelo bem e pelo belo; Mana Déa, contigo aprendi a ser generosa (um pouquinho pelo menos, pois continuo na luta para ser mais) – a escolher amar, abraçar, beijar, cuidar e acarinhar aqueles que mais nos ofendem e magoam, tendo ou não motivos para isso; Mana Bia, contigo aprendo todo dia a sorrir, a viver a alegria de simplesmente existir a ver graça e beleza na vida, mesmo quando ela nos parece meio escura pela noite que se faz em tormentos momentâneos; Luciana, minha irmã do coração, contigo aprendo o quanto podemos ser fortes diante das situações extremas que a vida nos impõe; Lia, contigo aprendo que determinação, impetuosidade e força não eliminam o mais belo sentimento de carinho, cuidado e amor, aprendi a “gritar” pelos meus desejos e a cuidar das palavras que uso; Rita, você é exemplo de aprendizagem de uma das lições mais difíceis para mim: amar e cuidar de quem nos prejudica e magoa, quando eu crescer quero conseguir isso; Letícia, contigo aprendo que alegria e jovialidade podem coexistir com dor e mágoas, pois felicidade é estado de espírito, não é condição momentânea; Mônica, contigo aprendo, minha amiga, a não ter medo do porvir, sua presença em minha vida, hoje, me sustenta a falta física de todos os demais amigos que tanto amo, contigo aprendo a ser paciente e a perseverar no caminho do bem; Epitácio, contigo aprendi que confiança não depende de tempo, mas sim de caráter e atitude; Willian, amigo e pai espiritual, contigo aprendi que podemos estar acima de todo o mal que nos desejam quando cuidamos da pureza do nosso coração, limpeza da nossa boca em palavras mal ditas e principalmente pela escolha de nossas atitudes e comportamentos pelo caminho do bem maior; Rosa, conselheira, contigo aprendo a ouvir mais a voz interior a me dizer: calma, tenha paciência - aprendo a confiar mais na espiritualidade, a me entregar mais, a caminhar com minhas pernas, mas de braços dados com a vida maior;
Juliano, Gaspar, Erich, Elias, De la Fuente, que me permitiram aprender que amizade não tem fronteiras; Ézio, Silvia, Rita Carnevale e José Francisco, com vocês aprendi a ter visão e usar estratégia; José Carlos, que me ensinou o quanto é importante termos zelo e cuidado com o coração de uma pessoa; Nara Soraya, contigo aprendi o dom do auto perdão; Vó Nina, contigo aprendi a lição que considero a mais importante da minha vida: ACREDITAR QUE EU POSSO, desde que eu queira e trabalhe com vontade, disciplina e amor; Pai Linomar, todas essas palavras são também em tua homenagem, pois contigo aprendo o quanto é importante dizermos que amamos, aprendo que não basta sentir, é preciso permitir que aqueles que nos rodeiam saibam e também sintam o que sentimos, aprendo que na vida só temos aquilo que nos permitimos ter, só somos amados quando nos permitirmos ser amados, só somos acariciados quando nos permitimos ser acariciados e além de nos permitir, para receber tudo isso, preciso, principalmente demonstrar tudo o que sou ou o que eventualmente ainda não consigo ser, mas que tenho vontade.

A todos vocês aqui presentes, mas principalmente a todos os que não foram nomeados, mas tampouco estão esquecidos, digo e repito: FELIZ DIA DO AMOR, FELIZ DIA DO AMIGO!!!

OBRIGADA POR EXISTIREM EM MINHA VIDA E ME PERMITIREM COMPARTILHAR MINHAS ANGÚSTIAS, MEDOS, TRISTEZAS, ALEGRIAS, ESPERANÇAS E SONHOS COM CADA UM DE VOCÊS!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Perfil Pessoal versus Perfil Profissional

Há algumas semanas ministrei um treinamento de técnicas de vendas, no qual gosto de trabalhar já no primeiro módulo a identificação de características e perfis pessoais versus características e competências do profissional de vendas. Utilizo como referência os estudos de Ned Hermann sobre a Dominância Cerebral, identificando tendências de comportamentos conforme preferências pessoais.

Hermann apresenta um estudo no qual divide o cérebro em quatro partes: Lado Direito Superior e Inferior e Lado Esquerdo Superior e Inferior. O lado esquerdo do nosso cérebro está associado a atitudes e comportamentos baseados mais na racionalidade, enquanto o direito usará critérios mais emocionais ou relacionais.

Durante o treinamento os participantes puderam fazer a pesquisa e descobrir qual hemisfério do seu cérebro utilizam com mais frequência para tomadas de decisões, o que baseará seu comportamento frente a diferentes situações pessoais e profissionais. Fiquei intrigada ao descobrir que 90% da turma tende a utilizar muito mais o hemisfério Inferior Esquerdo, denominado pelo Hermann de “hemisfério controlador”, ou seja, aquele que “organiza os fatos e trata dos detalhes de forma realista e cronológica”.

Ora, considerando que todos os respondentes são vendedores e o perfil do profissional de vendas indica uma pessoa com competências de relacionamento acentuadas, foi difícil entender como tantas pessoas estavam com perfil pessoal tão equidistante da referência que se tem para a realização da sua atividade profissional. Vamos a algumas considerações:

1. Dissociação entre processo de seleção e mapeamento de competências pessoais para provimento de cargo: mais uma vez volto ao ponto de responsabilidade da área de RH em realizar processos seletivos mais profissionais e dentro de uma perspectiva objetiva. Já dizia Cervantes em sua obra, “louvor em boca própria é vitupério”. É preciso ter cuidado em apenas confiar no que o candidato diz, afinal ele está vendendo seu peixe, que no seu ponto de vista pode ser maravilhoso, sem ser. Em todos os casos, a vaga era de vendedor. O candidato não tinha perfil, mas conseguiu se vender e abocanhou a vaga. Alguns podem me dizer, “ah! Então é bom vendedor, pois se vendeu mesmo sem ter as competências necessárias.” Pergunto: como cliente, gostamos de comprar “gato por lebre”? O fato é que no início das atividades, uma pessoa sem o perfil adequado para a função até pode dar certo por vários motivos, pois está motivada, precisa do emprego, etc. Entretanto, em médio prazo vai dando sinais de cansaço, pois precisa fazer um grande esforço para realizar as suas atividades, uma vez que não possui as características naturais para a realização das mesmas. Consequência disso é o que vemos na maioria das empresas do comércio varejista: alto índice de turnover evidenciando problemas principalmente na área de seleção.

2. Tempo para treinamento e desenvolvimento: uma empresa pode até ter uma política de aceitar contratação de profissionais fora do perfil da vaga, desde que possua um forte trabalho de treinamento e desenvolvimento. Mas, considerando que já existem vários estudos mostrando que é muito mais fácil e rápido desenvolver um profissional técnico, do que desenvolver características comportamentais, nem vou me alongar neste quesito. O importante é saber que quando falamos de profissional de vendas, falamos de necessidade de resultado em curto prazo, portanto, as características pessoais comportamentais são fundamentais para a realização das atividades, sob pena de simplesmente não venderem. É como um time de futebol querer me contratar como jogadora porque eu digo que tenho potencial, sem terem feito nenhum teste comigo para verificar minhas verdadeiras habilidades. Para você parece coerente?

3. Lugar certo pelo motivo errado: mesmo com as duas considerações anteriores, acredito que aquelas pessoas estavam no lugar certo, pois se não tinham perfil para o cargo de vendedor, estavam de alguma forma buscando pelo menos a qualificação técnica. Nesse sentido, afirmo aqui o que digo em meus treinamentos: é possível ser um bom profissional e dar excelentes resultados sem ter o que chamam por aí de vocação, ou seja, sem ter as características e competências pessoais adequadas para a atividade que se exerce, pois ainda é possível desenvolver uma alta performance da técnica. A única diferença entre o profissional que tem a dita “vocação” para o que apenas desenvolveu a técnica por necessidade de contexto, é a possibilidade de sentir dentro de si a felicidade da realização profissional plena, a satisfação de encontrar uma atividade que realmente gosta de fazer e dela se comprazer, com o júbilo da colheita dos resultados. Aqueles profissionais estavam no lugar certo, tentando se desenvolver, mas pelos motivos errados: dar resultado para a empresa. Talvez estivessem mais felizes realizando outras atividades, realizando outros cursos, dando resultados a outras empresas. Não me entendam mal. Acredito que dar resultado para a empresa na qual se trabalha é uma obrigação e devemos buscar sempre estar qualificados para isso, entretanto, isso não deveria ser feito à custa da alegria e prazer de fazer o que se gosta e estamos mais bem preparados.

Enfim, fica o alerta amarelo piscando. Aos profissionais dizendo: conheçam-se melhor e busquem oportunidades mais confortáveis, que propiciem não só a remuneração no final do mês, mas também a satisfação de fazer o que se gosta. Às empresas alertando: revejam suas políticas de seleção, treinamento e desenvolvimento de equipes.

Fonte de consulta: CASTRO, Alfredo Pires e MARIA, Valéria José. Motivação: como desenvolver e utilizar esta energia

Questão de Pertencimento

Uma conversa com um amigo trouxe-me uma reflexão sobre a questão de pertencimento. Meu amigo mora sozinho e tem uma filha, guarda compartilhada, família moderna. Assim como eu na minha infância, a filha dele passa alguns dias com o pai e outros com a mãe. Como geralmente é o homem quem sai de casa, não foi diferente, ele saiu. E está numa casa nova cujo único cômodo que demonstra que há uma menina em casa é o próprio quarto dela. No mais, é a casa de um homem que mora sozinho, faltam móveis, roupas jogadas pelo chão, sapatos por toda casa, etc, etc, etc! Entre tudo, sugeri que redecorasse um dos banheiros com motivos femininos infantis, que ela pudesse ter um cantinho dela na casa, fora seu quarto, sentir que aquela casa também é dela, com a marquinha dela. Ele não entendeu meu comentário. Explico.
O ser humano é por essência em ser relacional, desde que nasce precisa de cuidado, carinho, atenção. À medida que vai se desenvolvendo, a necessidade de se sentir integrado e fazendo parte de algo maior é crescente. Na escola, colecionamos figurinha (na minha época de escola, claro!), hoje as crianças se agrupam conforme o jogo novo do play station para trocar dicas dos truques e comandos para eliminação de adversário, desbloqueio de personagens, entre outras mil coisas das quais nem faço ideia. Mas vejam, chamo atenção, estas crianças se agrupam em torno de algo que é comum, não apenas por questões subjetivas, afetivas e de relacionamento. Ainda que esta seja a necessidade, é preciso ter algo concreto, não abstrato, para que se fundamente a convivência. São gostos comuns, vivências comuns, cotidiano reconhecido e compartilhado.
Quando eu era criança e ia visitar meu pai, era essa a sensação que eu tinha na casa dele, eu era uma visita, pois aquela casa não era minha, eu não tinha participado da escolha dos móveis, não reconhecia minha marquinha pessoal no ambiente, era tudo muito impessoal para mim, era a casa do meu pai (ponto). Muito diferente da casa da minha mãe, onde no banheiro tinha uma saboneteira de patinho, na cozinha um copo em formato de boneca, a toalha era colorida e cheia de desenho de balões. Às vezes (geralmente) estas coisas nem combinavam entre si, mas como criança, tudo aquilo fazia parte do meu universo, era uma casa para se chamar de minha, ou seja, eu sentia que pertencia àquele lugar e aquele lugar pertencia a mim. Tranquilidade, segurança, bem estar. Podia viajar o mundo, mas o lugar para o qual eu gostaria de voltar era aquele.
Pensando pela ótica organizacional, venho me perguntando: será que nós, gestores, orientadores, educadores, líderes, temos contribuído para que nossos colegas, subordinados, empregados, funcionários, colaboradores ou talentos, consigam sentir que pertencem a nossa equipe e que a empresa pertence a eles de alguma forma? Para não complicar, vamos aos exemplos: você, gestor, quando mudou de sala com sua equipe, pediu opinião sobre a possibilidade de disposição dos móveis, e se pediu, considerou as sugestões? Já pensou que se houver uma foto alegre de família na mesa dos membros da sua equipe, isso pode transmitir tranquilidade ao longo do dia, mesmo a família estando longe?
Em síntese, o que quero dizer é que no ambiente da Gestão de Pessoas, assim como nas nossas relações pessoais, tendemos a ficar mais confiantes, comprometidos e seguros quando sentimos que o espaço que ocupamos realmente é nosso, ou seja, quando eu identifico que pertenço àquele lugar tanto quando ele pertence a mim. Para isso, é preciso que identifiquemos aspectos que nos liguem aos espaços em que estamos. Como nossos sentidos sensoriais ainda estão principalmente ligados às sensações físicas, o ambiente físico que nos rodeia é o primeiro que pode, mais facilmente, ser alterado e reorientado para que estimulem novas sensações, que incentivem mudanças e novos sentimentos de bem estar, confiança, comprometimento, e principalmente a sensação de querer estar presente ali, de fazer parte do todo.
E quando nos sentimos pertencendo a algum lugar, passamos a cuidar mais, nos comprometer mais, nos vinculamos àquele espaço de uma forma muito maior do que a simples necessidade de coexistência com outros seres. Tomamos para nós a responsabilidade de fazer dar certo, de cuidar, de melhorar, de progredir, de crescer em todos os aspectos.
Por isso, meu amigo, compartilhe verdadeiramente seu espaço com sua filha. Colegas gestores, compartilhem seu espaço com seus subordinados. Não tenham medo de perder espaço, pois quem pertence agrega, soma, multiplica!