Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ganha quem menos erra?

Estou na sala do consultório médico aguardando uma consulta. Na televisão da recepção jogo de vôlei feminino, jogando Brasil e Taiwan. Brasil ganhando dois sets, zero para Taiwan. Estão jogando o terceiro set, Brasil estava com 15, agora já com 20, Taiwan continua com 10, a velocidade do jogo é incrível. Eis que aparece um indicador interessante na tela: Brasil está ganhando, mas errou mais que Taiwan, que não teve nenhum erro até agora.

Interessante…

Fico pensando nas variadas historietas, ou como dizia meu avô, nos “causos” organizacionais, nos quais nos perdemos no medo de errar e não arriscamos para ganhar. Fato é que só ganha quem aprendeu a errar e se superar, pois quem nunca erra nunca provou o gostinho da alegria do triunfo sobre a derrota.

Penso… para aprender a andar de bicicleta, esfolei os joelhos até criar uma casca grossa que durante semanas ficou ali e eu a exibia para todos como prova da minha maior conquista: tirar as duas humilhantes rodinhas de apoio. Para aprender a fazer arroz (adoro arroz branquinho, soltinho e cheio de alho), queimei várias panelas, passei tardes esfregando queimado para minha mãe não perceber o que eu tinha feito sozinha em casa (sem autorização), mas com a intenção de aprender a fazer e ter o jantar quentinho e gostoso esperando minha mãe ao chegar do trabalho.

Exemplos como esse permeiam ainda hoje meu dia a dia profissional (e pessoal nem se fala!). Vejo cotidianamente as organizações apostando na qualidade, na filosofia do “erro zero”, entretanto, há situações em que não é possível existir erro zero, simplesmente porque somos seres humanos, simples assim, imperfeitos. Mas o mais impressionante da humanidade é que somos dotados de uma capacidade incrível de recriação, de reconstrução.

É no mínimo justo acreditar que vamos errar, e o melhor de tudo, errar não é o maior dos nossos problemas, inclusive, há situações nas quais errar será apenas o trampolim para entendermos o melhor caminho para o sucesso. Há quem me pergunte: então Cristina, qual é o maior problema¿ Bem, o maior problema é não conseguir os resultados que queremos, não alcançar nossos objetivos porque perdemos tanto tempo tentando não errar, gastamos tanta energia nos cercando de ações para não errar que perdemos a oportunidade de centrarmos todo nosso gás nas ações que nos impulsionam para frente e para cima!

Lembrem-se: se você e sua organização têm energia, têm recursos, boas ferramentas e inteligência, usem-nas para acertar, para atingir o objetivo final, mapeando os riscos, planejando os planos “B”, para quando errar no “A”, e sigam adiante!

A equipe de Taiwan despendeu tanta energia para fazer tudo certo, indicador de erro zerado, mas indicador de placar final perdido. O Brasil errou mais, mas no final quem comemorou fomos nós, pois já sabemos o segredinho de saber aprender com os erros.

Depois disso, divirto-me com os pensamentos sobre minha vida: se eu tivesse tanto cuidado, e medo de cair, nossa, não saberia a gostosura que é pedalar bem rápido só pra sentir o vento no rosto e os cabelos voando; se não tivesse corrido o risco de ser apanhada pela minha mãe com a “boca na botija”, ou no caso, a “mão na panela queimada”, não saberia fazer um arroz que é elogiado por todos que o provam!

Abençoada seja a liberdade de poder errar e de saber que nem sempre quem menos erra é quem ganha!