Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


sábado, 18 de dezembro de 2010

Definição de Saudade

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (...) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional... Comecei a freqüentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.
Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!
Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

- Tio, - disse-me ela - às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores...

Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

- Indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo.

- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
- Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.
- E minha mãe vai ficar com saudades - emendou ela.
- Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:
- E o que saudade significa para você, minha querida?

- Saudade é o amor que fica!

- Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer pessoa a dar uma definição mais completa e simples para a palavra saudade:

“ É O AMOR QUE FICA”

Texto recebido por e-mail e creditado ao Dr. Rogério Brandão, Médico Oncologista.              

domingo, 17 de outubro de 2010

Morangos com Chantilly

Olhei para o lado e a par de todas minhas preocupações vi uma das cenas mais libertadoras da semana: um menino com seus oito ou nove anos em frente a uma taça cheia de morangos com chantilly, cada colherada que levava à boca produzia um sorriso de “Coringa” e um “bigode” branco divertido, que de longe me fez rir.

Como é bom simplesmente rir.

Neste momento me dei conta do quanto é importante não perdermos a alegria dos pequenos momentos da vida, principalmente quando o trabalho nos exige mais velocidade, quando a distância do parceiro que se achava ideal para a vida é inevitável, quando temos quem amamos longe, quando já não se há companhia para um simples almoço.

Ao ver aquela cena, estava eu no restaurante, lugar para se alimentar e descansar entre a labuta da manhã e desespero da tarde quando vamos desconfiando que o dia não será suficiente para fazermos tudo o que achamos que precisamos fazer. Entretanto, o que estava eu fazendo? Com a agenda aberta, esboçando critérios de avaliação do meu setor que se transformariam mais tarde em indicadores de resultado e qualidade. Ah, tantas preocupações, gestão de pessoas, mais de 500 vidas em minhas mãos. Minhas decisões ou omissões implicam em alegrias, desenvolvimento ou frustação de várias centenas de pessoas. Minha cabeça fervilhava de preocupação, ideias, projetos, minhas mente não parava e minhas mãos em vão tentavam registrar nas páginas de minha agenda, tudo que era preciso para lembrar mais tarde.

Tudo parou quando meus olhos viram aquele sorriso fácil, aquele gosto pelos morangos cobertos pela neve branca e macia. Ah, entendi nesse instante como é importante não perdermos o gosto pela vida, pelos morangos que aparecem no nosso caminho e se em algum momento os morangos pareçam sem graça, que ainda podemos encher de chantilly por cima e torná-los incrivelmente divertidos.

Hoje, relendo Richard Bach, pela voz do Mestre Chiang, lembrei-me daquela cena do restaurante, quando ele estava orientando Fernão, o qual dizia que não queria limites para sua velocidade de voo, pois queria sempre ser mais e mais veloz. Sobre isso, disse simplesmente Mestre Chiang: “velocidade é estar presente”.

Se velocidade é estar presente no momento em que estamos vivendo, daqui em diante, vou aproveitar mais as pausas, rir mais, dançar mais, ler mais, viver mais, me deixar contaminar e tentar contagiar todos aqueles que me rodeiam com a inexplicável inocência e graça de uma criança comendo morangos com chantilly. E assim como Fernão, vou tentando entender as pessoas que ainda não aprenderam a importância do estar presente.

sábado, 4 de setembro de 2010

Só amor não basta...

Há algum tempo conversava com um amigo sobre nossas vidas pessoais e surgiu um assunto interessante: ambos chegamos à conclusão de que na vida, em todos os sentidos, só amor não basta. Falávamos de nossos relacionamentos passados, aos quais nos entregamos como apaixonados pelo parceiro (a), e no misto entre viver a paixão e acreditarmos que estava tudo bem, fomos nos esquecendo de considerar tantos outros pontos importantíssimos dentro de uma relação.

Primeiro aspecto: relação pressupõe parceria, parceria pressupõe reciprocidade e reciprocidade pressupõe doação na mesma medida em que doamos. Em síntese, quando queremos receber, antes precisamos dar.

Segundo aspecto: o ditado popular é retrato da realidade humana – “quem ama cuida!”

Terceiro aspecto: a lei do retorno existe e faz força na matéria tanto quanto a lei da atração.

Vamos à prática.

Assim como na vida pessoal, tenho constatado que na vida organizacional, os mesmos princípios podem ser aplicados. Meus namorados sempre puderam trabalhar tranquilos, sabendo que mesmo que passássemos uma semana sem nos ver, no final de semana estaríamos juntos, vivendo coisas boas ou ruins, mas juntos, enfrentando os desafios, superando os medos e as dificuldades. Profissionalmente, também tento fazer com que minha equipe saiba que apesar de todas as turbulências do dia a dia, estou ali, junto, arregaçando as mangas e indo para o fronte se preciso for (e sempre é preciso). Isso é parceria.

Hoje pela manhã, um funcionário da empresa fez aniversário e logo cedinho fui cumprimentá-lo, desejando felicidades, prosperidade, saúde e tudo o mais de bom que desejamos a um colega que queremos bem. Não fiz isso por educação ou por necessidade, fiz simplesmente porque acreditei que ele ficaria feliz em escutar. Foi com alegria ao final do dia na empresa, que recebi as mesmas felicitações de outra pessoa, e nem era meu aniversário! Uma alegria proporcionei pela manhã e outra tão grande recebi pela tarde! A vida tem dessas coisas, foi me ensinando que quando fazemos algo com amor e por boa vontade, nossa doação aos outros passa a ser a doação do outro a nós mesmos. Isso é reciprocidade do universo a partir da nossa postura de doação do bem.

Acalenta a alma saber que somos cuidados, olhados, protegidos, amados. Há mais de três anos vivo longe da minha família e amigos mais íntimos. Sozinha em uma terra distante e tão diferente da minha fui aprendendo o quanto é importante cuidar e se sentir cuidado. E se eu ficar doente? Será que devo aceitar o novo emprego? E se acontecer um acidente? Comprar o novo carro ou não? Nossa, tantos desafios da vida e não ter ninguém com quem compartilhar uma simples opinião. Diante disso tudo fui percebendo que o que mais desejo não é encontrar uma pessoa para estar ao meu lado resolvendo as situações da minha vida por mim, mas ter alguém com quem eu tenha a liberdade de fazer uma ligação no meio do dia e possa contar, simplesmente, que surgiu aquela oportunidade de comprar o carro dos sonhos, e que estou muito feliz! Aprendi a cuidar de mim, não preciso de babá, mas sei o quando é bom andar pelo mundo sentindo-me segura de que em situações de emergência vou poder ligar e avisar que preciso de ajuda e que terá alguém lá para amparar, acolher, cuidar dos arranhões que a vida vai causando. Tanto quanto quero isso para mim, quando me procuram, vou tentar atender com presteza, procuro não mais deixar de atender as ligações dos amigos, busco responder as mensagens, retribuir as chamadas e lembranças que vão surgindo. Tendo equilíbrio, aprendi que posso ajudar sem esquecer de mim, posso cuidar do outro sem me punir com tarefas sacrificantes, pois entendi o poder de uma palavra de carinho, da gentileza de responder uma mensagem de bom dia, da educação de retornar uma ligação recebida em um momento no qual eu não podia atender. Assim, também aprendi que se em algum momento eu receber um desaforo, alguém for mal educado, grosseiro, ofensivo, não preciso me queixar à vida, simplesmente me afasto, vou embora, ou como diz a música: “saiba que forte eu sei chegar, mesmo se eu perder o rumo, saiba que forte eu sei chegar, se for preciso eu sumo.” Grande Ana Carolina! Com tudo isso, aprendi que cuidado não requer grandes atos, bastam os pequenos gestos.

E assim como na vida pessoal fui aprendendo tudo isso, vejo que com minha equipe de trabalho a postura deve ser a mesma. As pessoas que estão sob a minha gestão querem, da mesma forma, sentirem-se cuidadas, protegidas, amparadas, orientadas, pois antes de sermos amigos, chefes, namorados, amantes, pais, ou qualquer outra coisa, somos seres humanos, temos as mesmas necessidades.

Ainda em tempo, lembre-se, a física quântica explica a lei da atração e do retorno dizendo que atraímos aquilo que pensamos, atraímos o que emanamos de energia dos nossos pensamentos, desejos e comportamentos. Em outras palavras, se oferecemos carinho, atraímos carinho, se cuidamos, somos cuidados, se elogiamos, somos elogiados, enfim, se oferecemos coisas boas, recebemos coisas boas, ou o contrário, e com a mesma intensidade. E tudo isso só acontece porque há a lei do retorno.

Portanto, voltando ao começo, seja nos relacionamentos pessoais ou profissionais, só amor não basta. É preciso doar, cuidar, estar presente, ser educado, compartilhar, participar, colaborar, acariciar. Fazer com que o outro se sinta importante, simplesmente por ser o que é, importante para nós, seja como for. Não pense que amar alguém ou ser apaixonado pelo seu trabalho é o suficiente para fazer a boa relação dar certo, pois não é! Ame, mas lembre-se: só amor não basta!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ganha quem menos erra?

Estou na sala do consultório médico aguardando uma consulta. Na televisão da recepção jogo de vôlei feminino, jogando Brasil e Taiwan. Brasil ganhando dois sets, zero para Taiwan. Estão jogando o terceiro set, Brasil estava com 15, agora já com 20, Taiwan continua com 10, a velocidade do jogo é incrível. Eis que aparece um indicador interessante na tela: Brasil está ganhando, mas errou mais que Taiwan, que não teve nenhum erro até agora.

Interessante…

Fico pensando nas variadas historietas, ou como dizia meu avô, nos “causos” organizacionais, nos quais nos perdemos no medo de errar e não arriscamos para ganhar. Fato é que só ganha quem aprendeu a errar e se superar, pois quem nunca erra nunca provou o gostinho da alegria do triunfo sobre a derrota.

Penso… para aprender a andar de bicicleta, esfolei os joelhos até criar uma casca grossa que durante semanas ficou ali e eu a exibia para todos como prova da minha maior conquista: tirar as duas humilhantes rodinhas de apoio. Para aprender a fazer arroz (adoro arroz branquinho, soltinho e cheio de alho), queimei várias panelas, passei tardes esfregando queimado para minha mãe não perceber o que eu tinha feito sozinha em casa (sem autorização), mas com a intenção de aprender a fazer e ter o jantar quentinho e gostoso esperando minha mãe ao chegar do trabalho.

Exemplos como esse permeiam ainda hoje meu dia a dia profissional (e pessoal nem se fala!). Vejo cotidianamente as organizações apostando na qualidade, na filosofia do “erro zero”, entretanto, há situações em que não é possível existir erro zero, simplesmente porque somos seres humanos, simples assim, imperfeitos. Mas o mais impressionante da humanidade é que somos dotados de uma capacidade incrível de recriação, de reconstrução.

É no mínimo justo acreditar que vamos errar, e o melhor de tudo, errar não é o maior dos nossos problemas, inclusive, há situações nas quais errar será apenas o trampolim para entendermos o melhor caminho para o sucesso. Há quem me pergunte: então Cristina, qual é o maior problema¿ Bem, o maior problema é não conseguir os resultados que queremos, não alcançar nossos objetivos porque perdemos tanto tempo tentando não errar, gastamos tanta energia nos cercando de ações para não errar que perdemos a oportunidade de centrarmos todo nosso gás nas ações que nos impulsionam para frente e para cima!

Lembrem-se: se você e sua organização têm energia, têm recursos, boas ferramentas e inteligência, usem-nas para acertar, para atingir o objetivo final, mapeando os riscos, planejando os planos “B”, para quando errar no “A”, e sigam adiante!

A equipe de Taiwan despendeu tanta energia para fazer tudo certo, indicador de erro zerado, mas indicador de placar final perdido. O Brasil errou mais, mas no final quem comemorou fomos nós, pois já sabemos o segredinho de saber aprender com os erros.

Depois disso, divirto-me com os pensamentos sobre minha vida: se eu tivesse tanto cuidado, e medo de cair, nossa, não saberia a gostosura que é pedalar bem rápido só pra sentir o vento no rosto e os cabelos voando; se não tivesse corrido o risco de ser apanhada pela minha mãe com a “boca na botija”, ou no caso, a “mão na panela queimada”, não saberia fazer um arroz que é elogiado por todos que o provam!

Abençoada seja a liberdade de poder errar e de saber que nem sempre quem menos erra é quem ganha!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Feliz Dia do Amor...

Hoje, feliz, abri meus e-mails, li twitter dos meus seguidores e seguidos, acordei com um pensamento que me ocorreu momentaneamente: ontem foi dia do amigo. Não lembrava, na verdade, não me ligo muito nestas coisas de dia disso, dia daquilo. Também não vou mentir dizendo que não me importo com essas coisas, pois lá no fundinho ligo sim, e creio, talvez um pouco ingenuamente, mas com coragem, que todas as pessoas ligam, principalmente aqueles que mais ferrenhamente dizem não se importar. Outros dirão: coisa de homem, não se liga em datas. Eu digo: coisa de pessoas relapsas que não aproveitam estas pequenas oportunidades de demonstrar toda a beleza do ser humano, reviradas em gratidão, carinho, amor, respeito e enfim, AMIZADE.
Estas palavras têm um motivo singelo: pedir desculpas aos meus amigos que carinhosamente lembraram-se desta aqui que vos fala e não tiveram retorno ontem, pois ontem o dia foi realmente atribulado (sei que desculpas de trabalho demais não contam), saí de casa às 7h30 e retornei às 22h30 e no meio tempo tive várias oportunidades de sentar e mandar ao menos um SMS, mea culpa, mea culpa... Agora, tento com mal fadadas linhas e palavras meio mal escritas (acho que minhas palavras não são ruim de todo – modéstia à parte) de alguma forma dizer aos meus amigos que os amo, dizer aos meus amigos, amigas, que cada um a seu modo me ensina algo, são pessoas que admiro, e como diz um texto que li há pouco tempo, parecem realmente anjos (piegas? Pra mim, verdadeiro) que me abraçam silenciosamente em meus pensamentos, imaginação e lembranças enquanto adormeço, que me dão beijos carinhosos enquanto estou aqui escrevendo, que pensam em mim com carinho em diversos momentos do seu dia, que se dedicam a também me amar, cada um do seu jeito, com a sua intensidade, mas todos com o mesmo descompromisso de ser apenas AMIGO. Descompromisso mesmo! Porque compromisso de amar, temos com pai, mãe, irmão, filhos. Compromisso que nossa sociedade nos impõe e que para alguns é tortura, pois não conseguiram, ainda, fazer destes, apenas amigos. Por isso digo que o amor mais puro, singelo e verdadeiro é o amor de amigo, o amor livre, o amor descompromissado. As mães podem ler minha opinião e pensar que fiquei doida e falo isso apenas por não ter filhos (e até pode ser, não os tenho mesmo), pois bradam aos quatro ventos que o único amor incondicional é o amor de mãe. Penso e sinto que não! Penso que amor incondicional é aquele que não nos cega para a realidade da vida, é aquele que nos ajudar a crescer, é aquele que nos alimenta e não sufoca. Uma mãe mataria para proteger seu filho (provavelmente eu o faria também se tivesse um filho), mas isso é instinto de proteção da cria, do sentimento de posse e responsabilidade extrema do corpo. Pergunto: quem ama mata? Filosófico demais, controverso demasiado, ou apenas demasiadamente humano.
Fato: adoro a frase de Kundera - “a insustentável leveza do ser” – brecha para várias interpretações, mas a minha, neste caso, é a de que amigos são assim, insustentavelmente leves, seres que planam pela nossa vida, aparecem e desaparecem com a graça dos ventos dos acontecimentos, mas que mesmo quando estão longe, conseguem estranhamente estarem presentes e apenas serem em meu Ser. São parte de mim porque me ensinam, são parte de mim porque entraram na minha vida e a marcaram com pedaços arrancados de si, entregaram-me algo, deixaram suas energias gravitando em minha vida e com cada um aprendi alguma coisa especial. E dessa forma, não foram apenas passagens, tornaram-se um pouco EU e eu me tornei um pouco eles, mesmo que muitos deles ainda não saibam a importância que têm em minha existência.
Peço licença para nomear, sei que pode ser indelicado com alguns, mas não posso perder a oportunidade de agraciar outros, tão importantes como a minha própria vida. Mãe Telma, você me ensinou a não desistir de um sonho e perseverar – mesmo quando as adversidades são grandes aprendi que posso escolher meus caminhos e viver pelo bem e pelo belo; Mana Déa, contigo aprendi a ser generosa (um pouquinho pelo menos, pois continuo na luta para ser mais) – a escolher amar, abraçar, beijar, cuidar e acarinhar aqueles que mais nos ofendem e magoam, tendo ou não motivos para isso; Mana Bia, contigo aprendo todo dia a sorrir, a viver a alegria de simplesmente existir a ver graça e beleza na vida, mesmo quando ela nos parece meio escura pela noite que se faz em tormentos momentâneos; Luciana, minha irmã do coração, contigo aprendo o quanto podemos ser fortes diante das situações extremas que a vida nos impõe; Lia, contigo aprendo que determinação, impetuosidade e força não eliminam o mais belo sentimento de carinho, cuidado e amor, aprendi a “gritar” pelos meus desejos e a cuidar das palavras que uso; Rita, você é exemplo de aprendizagem de uma das lições mais difíceis para mim: amar e cuidar de quem nos prejudica e magoa, quando eu crescer quero conseguir isso; Letícia, contigo aprendo que alegria e jovialidade podem coexistir com dor e mágoas, pois felicidade é estado de espírito, não é condição momentânea; Mônica, contigo aprendo, minha amiga, a não ter medo do porvir, sua presença em minha vida, hoje, me sustenta a falta física de todos os demais amigos que tanto amo, contigo aprendo a ser paciente e a perseverar no caminho do bem; Epitácio, contigo aprendi que confiança não depende de tempo, mas sim de caráter e atitude; Willian, amigo e pai espiritual, contigo aprendi que podemos estar acima de todo o mal que nos desejam quando cuidamos da pureza do nosso coração, limpeza da nossa boca em palavras mal ditas e principalmente pela escolha de nossas atitudes e comportamentos pelo caminho do bem maior; Rosa, conselheira, contigo aprendo a ouvir mais a voz interior a me dizer: calma, tenha paciência - aprendo a confiar mais na espiritualidade, a me entregar mais, a caminhar com minhas pernas, mas de braços dados com a vida maior;
Juliano, Gaspar, Erich, Elias, De la Fuente, que me permitiram aprender que amizade não tem fronteiras; Ézio, Silvia, Rita Carnevale e José Francisco, com vocês aprendi a ter visão e usar estratégia; José Carlos, que me ensinou o quanto é importante termos zelo e cuidado com o coração de uma pessoa; Nara Soraya, contigo aprendi o dom do auto perdão; Vó Nina, contigo aprendi a lição que considero a mais importante da minha vida: ACREDITAR QUE EU POSSO, desde que eu queira e trabalhe com vontade, disciplina e amor; Pai Linomar, todas essas palavras são também em tua homenagem, pois contigo aprendo o quanto é importante dizermos que amamos, aprendo que não basta sentir, é preciso permitir que aqueles que nos rodeiam saibam e também sintam o que sentimos, aprendo que na vida só temos aquilo que nos permitimos ter, só somos amados quando nos permitirmos ser amados, só somos acariciados quando nos permitimos ser acariciados e além de nos permitir, para receber tudo isso, preciso, principalmente demonstrar tudo o que sou ou o que eventualmente ainda não consigo ser, mas que tenho vontade.

A todos vocês aqui presentes, mas principalmente a todos os que não foram nomeados, mas tampouco estão esquecidos, digo e repito: FELIZ DIA DO AMOR, FELIZ DIA DO AMIGO!!!

OBRIGADA POR EXISTIREM EM MINHA VIDA E ME PERMITIREM COMPARTILHAR MINHAS ANGÚSTIAS, MEDOS, TRISTEZAS, ALEGRIAS, ESPERANÇAS E SONHOS COM CADA UM DE VOCÊS!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Perfil Pessoal versus Perfil Profissional

Há algumas semanas ministrei um treinamento de técnicas de vendas, no qual gosto de trabalhar já no primeiro módulo a identificação de características e perfis pessoais versus características e competências do profissional de vendas. Utilizo como referência os estudos de Ned Hermann sobre a Dominância Cerebral, identificando tendências de comportamentos conforme preferências pessoais.

Hermann apresenta um estudo no qual divide o cérebro em quatro partes: Lado Direito Superior e Inferior e Lado Esquerdo Superior e Inferior. O lado esquerdo do nosso cérebro está associado a atitudes e comportamentos baseados mais na racionalidade, enquanto o direito usará critérios mais emocionais ou relacionais.

Durante o treinamento os participantes puderam fazer a pesquisa e descobrir qual hemisfério do seu cérebro utilizam com mais frequência para tomadas de decisões, o que baseará seu comportamento frente a diferentes situações pessoais e profissionais. Fiquei intrigada ao descobrir que 90% da turma tende a utilizar muito mais o hemisfério Inferior Esquerdo, denominado pelo Hermann de “hemisfério controlador”, ou seja, aquele que “organiza os fatos e trata dos detalhes de forma realista e cronológica”.

Ora, considerando que todos os respondentes são vendedores e o perfil do profissional de vendas indica uma pessoa com competências de relacionamento acentuadas, foi difícil entender como tantas pessoas estavam com perfil pessoal tão equidistante da referência que se tem para a realização da sua atividade profissional. Vamos a algumas considerações:

1. Dissociação entre processo de seleção e mapeamento de competências pessoais para provimento de cargo: mais uma vez volto ao ponto de responsabilidade da área de RH em realizar processos seletivos mais profissionais e dentro de uma perspectiva objetiva. Já dizia Cervantes em sua obra, “louvor em boca própria é vitupério”. É preciso ter cuidado em apenas confiar no que o candidato diz, afinal ele está vendendo seu peixe, que no seu ponto de vista pode ser maravilhoso, sem ser. Em todos os casos, a vaga era de vendedor. O candidato não tinha perfil, mas conseguiu se vender e abocanhou a vaga. Alguns podem me dizer, “ah! Então é bom vendedor, pois se vendeu mesmo sem ter as competências necessárias.” Pergunto: como cliente, gostamos de comprar “gato por lebre”? O fato é que no início das atividades, uma pessoa sem o perfil adequado para a função até pode dar certo por vários motivos, pois está motivada, precisa do emprego, etc. Entretanto, em médio prazo vai dando sinais de cansaço, pois precisa fazer um grande esforço para realizar as suas atividades, uma vez que não possui as características naturais para a realização das mesmas. Consequência disso é o que vemos na maioria das empresas do comércio varejista: alto índice de turnover evidenciando problemas principalmente na área de seleção.

2. Tempo para treinamento e desenvolvimento: uma empresa pode até ter uma política de aceitar contratação de profissionais fora do perfil da vaga, desde que possua um forte trabalho de treinamento e desenvolvimento. Mas, considerando que já existem vários estudos mostrando que é muito mais fácil e rápido desenvolver um profissional técnico, do que desenvolver características comportamentais, nem vou me alongar neste quesito. O importante é saber que quando falamos de profissional de vendas, falamos de necessidade de resultado em curto prazo, portanto, as características pessoais comportamentais são fundamentais para a realização das atividades, sob pena de simplesmente não venderem. É como um time de futebol querer me contratar como jogadora porque eu digo que tenho potencial, sem terem feito nenhum teste comigo para verificar minhas verdadeiras habilidades. Para você parece coerente?

3. Lugar certo pelo motivo errado: mesmo com as duas considerações anteriores, acredito que aquelas pessoas estavam no lugar certo, pois se não tinham perfil para o cargo de vendedor, estavam de alguma forma buscando pelo menos a qualificação técnica. Nesse sentido, afirmo aqui o que digo em meus treinamentos: é possível ser um bom profissional e dar excelentes resultados sem ter o que chamam por aí de vocação, ou seja, sem ter as características e competências pessoais adequadas para a atividade que se exerce, pois ainda é possível desenvolver uma alta performance da técnica. A única diferença entre o profissional que tem a dita “vocação” para o que apenas desenvolveu a técnica por necessidade de contexto, é a possibilidade de sentir dentro de si a felicidade da realização profissional plena, a satisfação de encontrar uma atividade que realmente gosta de fazer e dela se comprazer, com o júbilo da colheita dos resultados. Aqueles profissionais estavam no lugar certo, tentando se desenvolver, mas pelos motivos errados: dar resultado para a empresa. Talvez estivessem mais felizes realizando outras atividades, realizando outros cursos, dando resultados a outras empresas. Não me entendam mal. Acredito que dar resultado para a empresa na qual se trabalha é uma obrigação e devemos buscar sempre estar qualificados para isso, entretanto, isso não deveria ser feito à custa da alegria e prazer de fazer o que se gosta e estamos mais bem preparados.

Enfim, fica o alerta amarelo piscando. Aos profissionais dizendo: conheçam-se melhor e busquem oportunidades mais confortáveis, que propiciem não só a remuneração no final do mês, mas também a satisfação de fazer o que se gosta. Às empresas alertando: revejam suas políticas de seleção, treinamento e desenvolvimento de equipes.

Fonte de consulta: CASTRO, Alfredo Pires e MARIA, Valéria José. Motivação: como desenvolver e utilizar esta energia

Questão de Pertencimento

Uma conversa com um amigo trouxe-me uma reflexão sobre a questão de pertencimento. Meu amigo mora sozinho e tem uma filha, guarda compartilhada, família moderna. Assim como eu na minha infância, a filha dele passa alguns dias com o pai e outros com a mãe. Como geralmente é o homem quem sai de casa, não foi diferente, ele saiu. E está numa casa nova cujo único cômodo que demonstra que há uma menina em casa é o próprio quarto dela. No mais, é a casa de um homem que mora sozinho, faltam móveis, roupas jogadas pelo chão, sapatos por toda casa, etc, etc, etc! Entre tudo, sugeri que redecorasse um dos banheiros com motivos femininos infantis, que ela pudesse ter um cantinho dela na casa, fora seu quarto, sentir que aquela casa também é dela, com a marquinha dela. Ele não entendeu meu comentário. Explico.
O ser humano é por essência em ser relacional, desde que nasce precisa de cuidado, carinho, atenção. À medida que vai se desenvolvendo, a necessidade de se sentir integrado e fazendo parte de algo maior é crescente. Na escola, colecionamos figurinha (na minha época de escola, claro!), hoje as crianças se agrupam conforme o jogo novo do play station para trocar dicas dos truques e comandos para eliminação de adversário, desbloqueio de personagens, entre outras mil coisas das quais nem faço ideia. Mas vejam, chamo atenção, estas crianças se agrupam em torno de algo que é comum, não apenas por questões subjetivas, afetivas e de relacionamento. Ainda que esta seja a necessidade, é preciso ter algo concreto, não abstrato, para que se fundamente a convivência. São gostos comuns, vivências comuns, cotidiano reconhecido e compartilhado.
Quando eu era criança e ia visitar meu pai, era essa a sensação que eu tinha na casa dele, eu era uma visita, pois aquela casa não era minha, eu não tinha participado da escolha dos móveis, não reconhecia minha marquinha pessoal no ambiente, era tudo muito impessoal para mim, era a casa do meu pai (ponto). Muito diferente da casa da minha mãe, onde no banheiro tinha uma saboneteira de patinho, na cozinha um copo em formato de boneca, a toalha era colorida e cheia de desenho de balões. Às vezes (geralmente) estas coisas nem combinavam entre si, mas como criança, tudo aquilo fazia parte do meu universo, era uma casa para se chamar de minha, ou seja, eu sentia que pertencia àquele lugar e aquele lugar pertencia a mim. Tranquilidade, segurança, bem estar. Podia viajar o mundo, mas o lugar para o qual eu gostaria de voltar era aquele.
Pensando pela ótica organizacional, venho me perguntando: será que nós, gestores, orientadores, educadores, líderes, temos contribuído para que nossos colegas, subordinados, empregados, funcionários, colaboradores ou talentos, consigam sentir que pertencem a nossa equipe e que a empresa pertence a eles de alguma forma? Para não complicar, vamos aos exemplos: você, gestor, quando mudou de sala com sua equipe, pediu opinião sobre a possibilidade de disposição dos móveis, e se pediu, considerou as sugestões? Já pensou que se houver uma foto alegre de família na mesa dos membros da sua equipe, isso pode transmitir tranquilidade ao longo do dia, mesmo a família estando longe?
Em síntese, o que quero dizer é que no ambiente da Gestão de Pessoas, assim como nas nossas relações pessoais, tendemos a ficar mais confiantes, comprometidos e seguros quando sentimos que o espaço que ocupamos realmente é nosso, ou seja, quando eu identifico que pertenço àquele lugar tanto quando ele pertence a mim. Para isso, é preciso que identifiquemos aspectos que nos liguem aos espaços em que estamos. Como nossos sentidos sensoriais ainda estão principalmente ligados às sensações físicas, o ambiente físico que nos rodeia é o primeiro que pode, mais facilmente, ser alterado e reorientado para que estimulem novas sensações, que incentivem mudanças e novos sentimentos de bem estar, confiança, comprometimento, e principalmente a sensação de querer estar presente ali, de fazer parte do todo.
E quando nos sentimos pertencendo a algum lugar, passamos a cuidar mais, nos comprometer mais, nos vinculamos àquele espaço de uma forma muito maior do que a simples necessidade de coexistência com outros seres. Tomamos para nós a responsabilidade de fazer dar certo, de cuidar, de melhorar, de progredir, de crescer em todos os aspectos.
Por isso, meu amigo, compartilhe verdadeiramente seu espaço com sua filha. Colegas gestores, compartilhem seu espaço com seus subordinados. Não tenham medo de perder espaço, pois quem pertence agrega, soma, multiplica!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

De barômetros e evolução...

Esta manhã acompanhando meu Feed de notícias encontrei uma interessante no Blog da Scientific American Brasil dizendo que os Biólogos estão desenvolvendo um “barômetro da vida”, um equipamento capaz de encontrar espécies de vida no planeta até então desconhecidas, pois conforme os estudos “cerca de 1,9 milhão de espécies catalogadas até o momento podem representar apenas 20% da biodiversidade total do planeta. Espécies desaparecem antes de sabermos sobre sua existência".
Até onde estudamos na escola, sei que este fenômeno de desaparecimento acontece desde que o mundo é mundo e assim deve ser, pois é com a mudança que a vida evolui. Não me furtei à possibilidade de pensar em como seria nossa vida atual se os dinossauros ainda estivessem coabitando conosco em nossas cidades atuais. Olhando por este prisma, não me parece de todo mal que tenha acontecido a extinção dessa espécie, ou ainda mesmo sua evolução.
Parei para pensar não somente nas implicações, mas nos motivos que nos leva a ter esse instinto de preservação com outras espécies. Digo instinto mesmo, pois não me parece sensato acreditar que biólogos são biólogos e lutam para a preservação das espécies só por mera diversão. Da mesma forma, o que nos leva a nos agarrarmos a tantas coisas na nossa vida com esse mesmo instinto de preservação? Talvez a pergunta chave seja: o que devo preservar neste momento? Mas em uma coisa concordo com os biólogos da reportagem: precisamos conhecer quem ou o que convive conosco e em nós, para então decidir o que deve ficar ou ir. Aí o assunto já é outro!
Nesse sentido, cá com meus botões, pergunto-me se existem formas de vida na minha vida pessoal e profissional nas quais me apego com o fim de preservá-las em mim e comigo o tempo mais longevo possível. Com que objetivo? E por que faço isso? Será que não seria hora de extinguir da minha vida certos dinossauros, de acabar de vez com vícios, pensamentos, jeito de ser, que já não contribuem mais para a minha evolução? Será que não é hora de extinguir resquícios de relações mal resolvidas, rancores mal perdoados, etc, etc, etc?
Da mesma forma, não deixo de pensar pelo lado profissional como isso se dá, pois nos trabalhos de assessoria que realizo, venho encontrando em diferentes contextos essa mesma situação: a prática de identificar dinossauros e se agarrar a eles porque há muito tempo é assim que se faz, é assim que é, é assim que acontece. E então me pergunto: será que as organizações estão com seus barômetros alinhados para identificar quais são as práticas que precisam ser extintas ou evoluídas? Assim como em nossas vidas, as organizações também vão acumulando ao longo do tempo uma infinidade de práticas, procedimentos, formas de pensar e reproduzir conhecimento que vão ficando obsoletas, vão deixando de ter sentindo no momento de vida atual pelo qual está passando.
Viva aos barômetros da vida que nos fazem ver coisas que antes não víamos e nos dá a oportunidade de escolher se “estas formas de vida” devem ser mantidas ou não, ou ainda compreender como tudo aquilo que já está extinto foi importante para sermos o que somos e como somos hoje! Mas para isso, é preciso não ter medo do fim e acreditar em Lavoisier que já no século XVIII disse na sua Lei da Conservação da Massa, que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Portanto, viva à evolução da vida!

Referências:


terça-feira, 4 de maio de 2010

Coisas de Gestão e Futebol...

Já li várias crônicas sobre gestão fazendo comparação com regras de futebol. Tem técnico de time de futebol, de vôlei, de tênis, entre outros, escrevendo sobre gestão de equipes, motivação, liderança, etc, etc, etc. Já que eles fazem, vou aproveitar e dar o meu “pitaco”. Não sou muito entendida em regras de futebol, mas para não parecer completamente alienada, sempre que estou entre amigos assistindo a um jogo, presto muita atenção ao que dizem os comentaristas.
Nesses últimos tempos, trabalhando com gestão organizacional em organizações do comércio varejista, tenho utilizado muito uma expressão de um comentarista que fiquei fã por causa de uma frase que ele usa: A REGRA É CLARA! Pois é Arnaldo, sou tua fã! Sabe o motivo? Vou explicar!
Já disse que não entendo de futebol, mas sou convidada pelos amigos que entendem para assistir aos jogos, e obviamente que tenho meu time do coração! Mas claro que sei que só poderia ser boa companhia se torcesse tanto quanto eles por cada lance, cada jogada, cada bola perdida ou aproveitada. Nesse meio, me sinto como uma nova funcionária, recém-contratada, que quer muito participar da equipe, entrar na onda do jogo, aproveitar cada bola recebida e detonar com a concorrência num jogo limpo, honesto, mas competitivo. Sendo assim, olho para um lado, olho para o outro e vou procurando entender as regras do jogo. O que pode ser feito, o que deve ser feito, o que não pode ser feito, o que é passível de punição leve, média ou grave, quem é minha verdadeira equipe e quem é meu adversário, para onde devo correr, para quem laçar a bola? Enfim, são muitas perguntas, e poderiam ser facilmente respondidas se simplesmente as regras do jogo estivessem CLARAS! Traduzindo isso para o ambiente corporativo da gestão organizacional, estamos falando nada mais, nada menos, do que sobre as normas, os padrões, as diretrizes, procedimentos e processos.
Sua empresa tem Regimento Interno? Ele pode ajudar seu novo funcionário, colaborador, associado, parceiro ou talento, a se sintonizar com a filosofia e funcionamento da organização. Com o Regimento Interno escrito, será possível apresentar o que se espera do novo membro em termos de comportamento e o que se pode oferecer a ele, ou até mesmo, quais as punições possíveis, caso as regras sejam quebradas.
Sua organização tem processos definidos e descritos? Um fluxo de processo escrito vai ajudar sua equipe saber aonde chegar e qual o caminho percorrer, em outras palavras, seu time vai saber quais os lados do campo precisa desbravar para se chegar ao gol. É a definição do caminho que leva à qualidade e aos resultados desejados.
E os Procedimentos, estão descritos? O fluxo do processo oferece o caminho, mas a descrição dos procedimentos vai dizer como percorrer esse caminho, ou seja, vai oferecer à sua equipe todas as informações necessárias para a realização da tarefa/atividade que precisa ser completada.
Sendo assim, quando sua empresa tiver definido entre toda equipe esses três itens, ela será conhecedora das “REGRAS DO JOGO” e por elas será cobrada e ter seu desempenho avaliado. Só assim estarão prontos para fazer o gol, bonito, com qualidade e sem faltas! Como quando, depois de ouvir o Arnaldo explicando a regra, mesmo não entendendo nada de futebol, tive que concordar com ele nas suas avaliações, pois como ele diz: a REGRA É CLARA!

domingo, 25 de abril de 2010

O Preço do Amanhã

Trabalhei prestando assessoria a uma empresa há dois anos e em um dos trabalhos alertei sobre a importância de se fazer um processo de recrutamento e seleção mais rigoroso, pois a seleção da pessoa errada invariavelmente não traz bons resultados para a empresa. Como essa não era exatamente a área de foco que eu estava atuando, meu papel como profissional era o de alertar, sinalizar que algo poderia ser melhorado, pois era um fator que estava impactando muito nos resultados da empresa. Depois de um ano esta empresa me chamou novamente para um trabalho de treinamento da equipe, fizemos o treinamento e mais uma vez alertei sobre a mesma situação: era fundamental revisar o processo de seleção de pessoal. Desta vez até indiquei uma empresa que poderia ajudar.

Mais um ano se passou e lá fui eu novamente para realizar outro trabalho. Neste momento a empresa já tinha triplicado de tamanho, abriu filial, melhorou os resultados, mas continuava com um ponto crítico muito grave: recrutamento e seleção.

Mas dessa vez, mudei a estratégia. Quando me chamaram para realizar o terceiro trabalho na área de treinamento e estruturação de procedimentos, não tive outra saída: explicar “tim-tim por tim-tim” porque era importante um bom processo de recrutamento e seleção, entre outras coisas, antes de fazer um novo treinamento.

Aspecto 1: a empresa queria um novo treinamento por basicamente dois motivos. O primeiro era que pelas experiências anteriores de treinamento, quando eles aconteciam a equipe ficava muito motivada e nos dois meses seguintes as vendas dobravam. Segundo: 50% dos colaboradores, só da matriz, tinha menos de seis meses de casa e vários não haviam passado por nenhum treinamento inicial.

Aspecto 2: como eles já tinham uma descrição de cargos, este deveria ser o ponto de partida para um processo de seleção e consequentemente de avaliação dos resultados.

Aspecto 3: existem características pessoais e profissionais que as pessoas possuem ou não que apenas um olhar “apurado” para isto pode reconhecer, seja por meio de testes específicos ou pela experiência mesma do olhar subjetivo de um psicólogo com experiência nessa área.

Tudo isso parece simples, não é mesmo? E é! Mas quando apresentamos uma proposta de trabalho para uma organização, geralmente estamos sendo vistos como um Custo, portanto, a linguagem do prestador de serviços precisa se transformar de jogo linguístico do falar palavras difíceis e bonitas, para o exercício da matemática básica, tipo um mais um. Simples assim!

Sendo assim, simplesmente perguntei quanto ele estava gastando por mês com pagamento de rescisão de trabalho, é claro, não dei tempo para a resposta, pois simplesmente o levei a pensar num cálculo rápido mental com a seguinte proposição: a organização contrata, nos dois primeiros meses o colaborador não bate a meta e é “desculpado” porque é novato e a organização não está preparada para aplicar outro tipo de avalição que não seja por meta batida. Nos meses subsequentes vai alternando resultados, ora atinge a meta, ora não. Ao longo do tempo, quanto a organização deixou de ganhar com esta pessoa? Ou ainda em outra situação: e o sujeito que por ventura venha a dar algum prejuízo direto à organização? Contratando uma empresa especializada em recrutamento e seleção, o “custo” inicial para a composição da vaga se dilui no benefício de ter um colaborador realmente qualificado para a função, evitando todos os custos monetários e emocionais, desgaste, perda de tempo, etc, refazendo um processo de recrutamento e seleção internamente, sem apoio de um profissional especializado na área. Exemplo prático: um colaborador que receba em média mil reais mensais, trabalhando cinco meses e sendo demitido sem justa causa, vai custar em média R$ 2.900,00 para a organização, sem contar a multa de 40% sobre o valor do fundo de garantia. Portanto, ao investir até 100% do valor referente ao primeiro salário para uma empresa especializada fazer uma seleção, dando garantia de até três meses para o profissional indicado, a organização já está garantindo que R$1.900,00 não sairão dos cofres nos próximos meses.

Pois é, eu disse ao meu cliente, você sabe qual o preço que a sua empresa vai pagar amanhã por um profissional selecionado inadequadamente? Neste caso, R$ 2.900,00* em média por pessoa. Para um turnover de 50% do quadro em menos de seis meses sua organização, com 30 colaboradores, tem em média um prejuízo financeiro direto de R$ 43.500,00 a cada seis meses.

Quando meu cliente descobriu o preço do amanhã, me pediu indicações de empresas especializadas em recrutamento e seleção. Treinamento e Desenvolvimento de equipes? Agora sim vai dar gosto de fazer meu trabalho e colher os resultados de uma equipe coesa e uniforme.

E a sua organização, sabe o preço do amanhã?

* Fonte de Consulta: http://www.calculoexato.com.br/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRADIÇÃO FOLCLÓRICA – BOI GARANTIDO E CAPRICHOSO E AS ORIGENS DO FESTIVAL DE PARINTINS

A cidade de Parintins, no interior do Estado do Amazonas, em plena Amazônia Brasileira, é palco de uma das tradições folclóricas mais bonitas do país: O Festival do Boi, que ocorre anualmente, sempre no último final de semana do mês de junho. A tradição de festejar com a figura do Boi parece que chegou ao Amazonas com os primeiros migrantes nordestinos, vindos do Maranhão, Estado que cultua a tradição do Boi Bumbá. Uma das explicações das origens da tradição do Boi Bumbá, diz que na época da escravidão, os escravos que não tinham muitas opções de lazer, costumavam juntar ossadas de boi e sobre elas jogavam trapos, transformando-os em “bonecos de boi”. Esses bonecos eram movimentados pelos próprios escravos que possivelmente até “dançavam” e inventavam estórias para este “personagem”.
Entretanto, atualmente é sabido que o grande Festival de Parintins é movido pela disputa das apresentações entre os bois Garantido, boi branco com símbolo de coração vermelho e boi Caprichoso, boi negro com símbolo de estrela azul.
As origens destes dois bois não são bem definidas, mas uma das origens mais aceitas é que o “Boi” Garantido, como um tipo de agremiação que promovia uma festa ao boi, foi fundado por Lindolfo Monteverde, que após adoecer gravemente promete a São João Batista que jamais deixaria de levar o seu “Boi” às ruas para festejar sua saúde. O motivo da promessa ser o festejo do boi veio de uma das histórias que seu avô contava sobre um boi, brincalhão e animado que dançava e enchia de alegria os locais por onde passava até que um dia foi morto por um dos empregados da fazenda onde viva. Pai Francisco o matou para satisfazer os desejos de sua esposa, Mãe Catirina, que estava grávida e teve desejo de comer língua de boi. Todos da cidade passaram a perseguí-los, pois amavam o boi. Pai Francisco se transformou no “vilão” da história até ser perdoado quando, depois de muita reza, o médico, o padre, o Amo da fazenda e sua filha, a Sinhazinha, ressuscitarem o boi.
Para o nome Garantido, a explicação mais plausível é que tenha surgido dos repentes que os brincantes cantavam como forma de atiçar os “bois” contrários. Diz-se que Monteverde,que era bom repentista, fazia alusão que seu boi era muito bom e se “garantia” numa boa briga ou ainda quando mandava o boi contrário tomar cuidado pois ele “garantia” que o seu “boi” era o melhor.
Já as origens do Boi Caprichoso parecem ser mais polêmicas, pois há duas vertentes: uma diz que o caprichoso é uma dissidência do Boi Garantido, tendo sido criado, portanto, por volta de 1925 a 1929. A segunda vertente, mais bem fundamentada, diz que o Boi Caprichoso foi criado pelos irmãos Cid, Raimundo, Pedro e Félix, migrantes cearenses que antes de chegar ao Amazonas conheceram a Marujada Paraense (tipo de ritmo e dança do Estado do Pará, organizada por mulheres e tocada por instrumentistas homens, todos vestidos de branco e quase sempre azul – como marujos). Ao chegar em Parintins os irmãos fazem uma promessa à São João Batista, requerendo prosperidade. Eis que eles juntam a tradição do Boi-bumbá, já conhecida na cidade, e da Marujada Paraense, fundando em 1913 o Boi-Bumbá Caprichoso, com as cores branca e azul (estrela) e com um grupo de batuqueiros que denominaram de Marujada de Guerra.
Em aproximadamente meio século de tradição popular, outros elementos passaram a fazer parte dos rituais festivos. Atualmente, elementos e símbolos indígenas foram incorporados aos festejos, que se transformaram em apresentações grandiosas dos dois Bois, concorrendo a títulos e premiações. Na década de 60 os festejos populares transformaram-se oficialmente no Festival Folclórico. A partir disso, a cidade de Parintins e seus cidadãos preparam-se o ano inteiro para receber os visitantes dos folguedos do Festival. A cidade se divide em azul - Caprichoso e vermelho - Garantido, rivalidade percebida nas soleiras coloridas das portas e portões das casas, nos famosos “triciclos” (meio de transporte tipo “charrete”, mas conduzido por bicicletas), e nos diálogos dos nativos locais, nos quais são expressamente proibidos pronunciar o nome do Boi oposto ao seu, referindo sempre a estes, apenas como “Boi contrário”.

Fontes:

CIRIGOLA, Sheila. http://www.boibumba.com/history_pt.htm - Acessado em fevereiro/2010.
http://boigarantidoecaprichoso.blogspot.com/ - Acessado em fevereiro/2010.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_Caprichoso - Acessado em fevereiro/2010.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pede pra Sair!

Estava em uma rua movimentadíssima às 17h, horário em que terminam todas as confusões do trânsito e começa a epopéia da paciência ecumênica de avançar apenas 60 centímetros cada vez que o sinal abre, e olha que ele está a apenas 1Km de distância. Disse apenas, porque em princípio, seria uma distância curta e rapidamente percorrida se não houvesse no mínimo dez ruas transversais com carros querendo passagem e a rua onde eu estava tivesse no mínimo dez vezes mais carros do que comporta em dias de fluxo normal.

Como hoje eu estava de bom humor, dei passagem a vários outros carros que vinham das ruas transversais e gostariam de entrar na minha frente. CD da Elba Ramalho tocando, cantoria alegre dentro do carro, até que olho para o lado e vejo uma linda EcoSport, estacionada na calçada, com a traseira em frente a minha porta e uma pessoa no volante, virada para trás, fazendo careta para mim. Achei estranho, avancei meu carro os sessenta centímetros do sinal que abriu, mas ainda continuei atras do carro da pessoa de cara feia. Eis que noto as luzes de freio daquele carro acesas, o que me levou a pensar que a pessoinha em frente ao volante daquele belo carro ao meu lado estava desejando sair da vaga onde estava estacionada. Note-se: estava estacionada em cima da calçada! Quando o trânsito me permitiu andei mais uns centímetros e o tal carro desceu uma roda de cima da calçada.

É, eu pensei certo. A cara feia era pra mim que não tinha dado passagem para a pessoa linda do carro lindo sair da sua linda vaga. Sabe o que pensei na hora? Pede pra sair! Pois é, isso mesmo! Pede pra sair! Helooo, já inventaram uma luzinha no carro que chama “pisca alerta” e deve ser usado para sinalizar quando queremos mudar a direção de onde está o nosso carro. Neste caso, se a “seta” ou o “pisca alerta” estivesse ligado, sinalizando que a boa pessoa gostaria de sair da vaga, ela teria dado sorte, pois eu estava num bom dia e daria a passagem tranquilamente e viveriam todos felizes, pelo menos até o próximo semáforo chegar.

Desculpem se a ladainha foi muita para chegar ao ponto principal: pessoas, quando vocês quiserem algo, SINALIZEM!

Chega uma hora em nossas vidas que precisamos deixar de fazer cara feia para as pessoas que passam por nós, para as oportunidades que achamos que não podemos agarrar, para o trabalho que parece chato ou difícil de aturar, para o cliente mau humorado, para quem ou o que quer que seja, e devemos sinalizar que queremos, buscamos e esperamos algo. Não é fácil. Assim como não é fácil dizer ao marido que já não dá mais aquela relação, como não é fácil encarar o espelho e decidir pedir demissão e tentar ganhar dinheiro em campeonatos de surf, ou ainda compreender que se não temos nenhuma paciência para trabalhar com pessoas, devemos, quem sabe, estudar contabilidade e falar apenas com números. O segredo em todas essas situações é sinalizar, mostrar o que se quer, o que se deseja, o que se almeja. Lembre-se: esse é o primeiro sinal para o Universo mostrando que você está pronto para a mudança.

Então, a partir de hoje, faça um pacto com você mesmo: seja no trânsito ou em qualquer outra situação da sua vida, quando você quiser algo, SINALIZE e se for para o seu bem, pede pra sair (!!), pois o único lugar em que pedir pra sair é vergonha é a tela do cinema! Assim, tenho certeza que serão possíveis muitos outros finais felizes...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sob o Signo do Provisório

Você já se deu conta de quantas coisas deixamos de fazer porque achamos que no momento não vale a pena, pois a situação é passageira e logo não vamos mais precisar ou lembrar daquilo? Pois bem, tenho pensado um pouco sobre isso e me dei conta que durante toda minha vida pessoal e profissional fui deixando de fazer coisas que me agradavam porque não considerava aquilo tão importante assim, ou simplesmente porque achava que o meu contexto na época era tão provisório que não valia a pena qualquer tipo de esforço para ter ou fazer o que eu gostaria no momento.


Está confuso, não é mesmo? Pois vou explicar melhor.

Há dois anos mudei-me para um apartamento com uma janela alta, por onde entra muita claridade durante o dia e também a noite, pois tenho um vizinho que tem medo do escuro e dorme com a luz do banheiro acesa (para esclarecer, a janela do banheiro dele fica ao lado da janela do meu quarto). Desde o primeiro dia pensei em comprar cortinas e colocar na janela para poder dormir melhor e sem claridade. Ah, eu amava dormir no escurinho... O fato é que nunca comprei a tal cortina, pois sempre pensei: vou ficar aqui por pouco tempo, logo vou me mudar, então não vou gastar com cortina. Dois anos. Dois anos sem cortina, dormindo com a claridade, com a qual já acostumei e não me impede de dormir bem e relaxar no aconchego da minha cama.

Nessa historieta, há duas variáveis distintas: uma, é o fato de não realizarmos coisas que nos fazem bem porque preferimos ir “empurrando com a barriga”. Nossa!!?!! Olhando para trás, quanto prazer desperdicei em tantas noites mal dormidas, quem sabe até, quanta qualidade de vida poderia ter tido se no primeiro dia tivesse comprado e colocado a tal cortina! Ah, o tempo não volta. E o que era provisório, já se tornaram dois anos.

A segunda variável é a benção, ou demérito, de que como seres humanos somos adaptáveis. Com o passar do tempo e as situações que vamos vivendo, nos adaptamos a tudo ou quase tudo. Neste caso, a falta da cortina me ajudou a acostumar a dormir apesar da claridade. Por outro lado, revelou um aspecto meu de acomodação frente a uma situação, pois toda vez que pensava nas cortinas, também lembrava que teria que sair para comprar a cortina, comprar os trilhos, contratar alguém para parafusar os trilhos, teria trabalho de lavar cortinas. Afff! Muito trabalho para quem não pretendia morar alí por muito tempo.

Considerando estas duas variáveis, fiquei a me perguntar por estes dias, olhando para a janela, por que, afinal de contas, eu nunca comprei a tal cortina? Só uma resposta vem à mente: Cristina, você viveu dois anos sob o Signo do Provisório!

E sabem o que isso significa?
Que a partir de hoje, se a claridade me incomodar eu VOU comprar as cortinas, que se o trabalho já não está tão bom, eu DEVO procurar outro, que se o relacionamento já está em ruínas, eu POSSO mudar meu jeito de ser ou trocar o parceiro! Aprendi que viver sob o Signo do Provisório pode até mostrar o quando somos adaptáveis ou servir de aprendizagem em algum momento, mas que será apenas por um momento, pois viver eternamente adiando as coisas porque algo pode mudar a qualquer momento, bem querida, tudo pode mudar a qualquer momento e o importante é ser feliz e estar bem AGORA!

Não vou sair correndo agora a comprar as tais cortinas, pois estas, já não me fazem falta, mas com certeza, vou olhar minha vida de uma forma diferente. A partir de hoje, tenho o compromisso COMIGO de ser, estar e fazer tudo que estiver ao meu alcance para estar bem comigo mesma. Vou revisar minha vida profissional para saber se não estou deixando de fazer algo bom, porque acho que a situação vai mudar, se não estou deixando de construir por medo de um dia ter que destruir pela mudança natural das situações da vida ou por escolha própria.

Enfim, não viva sob o Signo do Provisório, pois a única coisa que existe da mesma forma como regra imutável desde que o mundo é mundo, é a MUDANÇA!