Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Das Coisas Nacionais...

Hoje pela manhã peguei um táxi para chegar ao trabalho. Aproveitei para ler o jornal do taxista e me deparei com uma frase dita por uma atriz global conceituada, ou pelo menos, esta frase foi atribuída a ela. Na dúvida da veracidade da autoria, é melhor não pronunciar nomes, até porque, dita por quem quer que seja, a frase chega a ser repulsiva para quem tem o mínimo de brios, nem digo brios patrióticos (acho que seria forçar a barra), mas no mínimo um ser equilibrado e que pensa no desenvolvimento do país em que vive.
Enfim, não me recordo a composição exata da frase, mas queria dizer que esta pessoa não se importava com a imagem que os países estrangeiros fariam do Brasil ao assistir ao filme Salve Geral, que foi até indicado a concorrer à seleção para o Oscar de 2010. Opinião pessoal respeitada, ponto.
Entretanto, não pude deixar de pensar em como nós brasileiros somos tão relapsos (para não dizer omissos) em divulgar tudo o que temos que bom, de correto, de relevante em nosso país. Logo lembrei de um documentário de Lucia Murat, “Olhar Estrangeiro”, que aborda justamente a questão da visão que o estrangeiro cria do Brasil a partir das produções cinematográficas. Ali, temos a justa medida de tudo o que fazemos e do que não fazemos para exportação. Vários exemplos da imagem que passamos ao sermos permissivos ao ponto de não contra argumentarmos os estereótipos que fazem do nosso povo e costumes ou ainda pior, quando produzimos algo e exportamos, levamos a confirmação de tudo o que pensam de tortuoso sobre nós.
Querem exemplos? Mulher sempre dançando com cachos de banana na cabeça, passarinho carioca malandro que engana todo mundo, polícia corrupta, favelas em morro com criancinhas drogadas servindo de “avião” ou “laranja”, pobreza extrema e analfabeta nordestina, mulatas peladas na beira da praia, sexo grupal regado a drogas e bebidas, entre outros. Coincidências?
Algumas pessoas vão retrucar em ar sarcástico: mas não existe tudo isso? Sim, infelizmente existe. Mas não é SÓ isso que existe!
No meu ponto de vista, aqui entram duas variáveis primordiais. Uma diz respeito à liberdade de imprensa e possibilidade de usar o cinema como meio de denunciar uma situação existente no contexto social. A segunda variável é conseqüência de usar o poder que se tem em mãos, seja pelo cinema, seja pela opinião de um formador de opinião. Como podemos querer que o Brasil seja reconhecido como um país em desenvolvimento se tudo o que mostramos é destruição e feiúra e muito pior do que isso, não nos importa o que pensam de nós? Se ela não se importa, eu me importo! Quero que todos saibam que meu país é bom, seguro, próspero, crescente. Quero poder viajar e ter orgulho de chegar em qualquer lugar e dizer: eu sou brasileira(!), sem medo de ser enxotada como cachorro sarnento em aeroportos da Europa.
A discussão vai muito além destas palavras superficiais e chega até a aparente “impenetrável” mentalidade social. Quem sou eu? Como eu me vejo? O que eu falo de mim? Do que sou capaz? O que sei fazer? Essas perguntas são essenciais para descobrirmos quem somos como pessoas, como sociedade, como nação. Como diz Maíra Suspiro1 sobre o filme Olhar Estrangeiro, no fundo o que falta é muito bom senso. Eu incluiria: falta visão de presente e futuro, falta vontade de ser melhor, falta coragem para mostrar o que é bom, pois é mais fácil a comodidade de sermos vistos como inferiores a arregaçar as mangas e lutarmos para além de sermos, parecermos melhores. Ao contrário do que vocês podem estar pensando, não é uma questão de esconder o que é ruim, mas sim de mostrar o que é muito bom.
E para você, não faz diferença se vai ser visto como traficante, vagabundo, malandro, mulata gostosa que topa tudo ou um ser humano capaz de erros, mas também muitos acertos? Você eu não sei, mas eu prefiro a segunda opção!

sábado, 19 de setembro de 2009

Preguiça ou Burrice?

Ontem a noite, conversando com uma amiga e a escutando desabafar por um problema que havia passado com o banco, tive mais um exemplo interessante, e por que não curioso, do comportamento humano frente a situações profissionais cotidianas. Advogada, ela assessora uma ONG sediada no interior do estado e a representa em assuntos legais, inclusive, em ações de movimentações bancárias.
Pois bem, semana passada a ONG estava aguardando uma doação internacional, portanto, para o valor ser creditado em conta de um banco nacional, era preciso que este operasse o câmbio, para fazer os devidos procedimentos de crédito em conta. Durante uma semana, diariamente, minha amiga entrava em contato com o banco para saber se a doação já havia chegado para os procedimentos de câmbio serem realizados. Nada havia chegado, conforme uma funcionária do banco. Na semana seguinte, minha amiga não entrou em contato com o banco, pois havia sido informada de que assim que a doação chegasse, a funcionária ligaria e avisaria. Você ligou? É, você mesmo que está lendo agora, você ligou para minha amiga informando da chegada da doação no banco? É, se você não ligou, a funcionária muito menos.
Na quarta-feira minha amiga vai ao banco e pergunta se a doação ainda não havia chegado. Já imaginam a resposta, né!? A funcionária não sabia ao certo, mas parecia que sim, duas doações com valores diferentes que ela “achava” que eram tais. Ufa, os valores chegaram, era só operar o câmbio. Ah, tcham, tcham, tcham, tcham.... A funcionária informou que não seria possível operar o câmbio naquele dia, pois o sistema do banco estava fora do ar (coitado do sistema que sempre leva a culpa).
Então opera pelo telefone, faça manualmente, já que o sistema está fora do ar. Sugeriu minha amiga.
Náo será possível, pois o sistema de câmbio do banco está fora do ar no Brasil inteiro. Respondeu a mocinha.
Um banco internacional com sistema de câmbio fora do ar no brasil inteiro???? Dãããããã... Claro que era mentira, o que foi facilmente comprovado por minha amiga com um telefonema para uma outra agência.
Para encurtar a história, nem a mocinha resolveu o assunto, nem o Gerente do Banco, muito menos o Gerente Administrativo da agência. Foi preciso a interferência de uma outra agência, após reclamação formal e contato com a matriz do banco, para que minha amiga fosse finalmente recebida na agência em questão e tivesse sua situação resolvida. Sem falar que a funcionária que estava atendendo e o gerente do banco, já nem atendiam mais o telefone quando sabiam ser minha amiga. E quando foram “obrigados” a recebê-la e resolver o problema, nem um simplesinho “desculpe-me” rolou!
Enfim, perdoem-me pelo alongamento da explicação, mas achei interessante para mostrar como um caso corriqueiro, de atendimento, pode afetar a imagem de uma empresa e de um profissional, pois é claro que eu e todos meus conhecidos já não escolherão esta agência para abrir uma conta ou fazer qualquer tipo de serviço bancário. E essa funcionária, no mínimo displicente, não entrará em nenhum processo seletivo que eu esteja envolvida.
Duas grandes lições podemos tirar desse pequeno “causo”: primeira – seja responsável pelas suas atividades, pois com a responsabilidade, surgem também o comprometimento, o respeito com o cliente e consequentemente, a admiração do seu cliente por você e o trabalho que você desempenha. A segunda lição é humildade. Acreditem, errar não é feio. Cometer erros está na essência do ser humano e todo processo de aprendizagem está intimamente atrelado as nossas atitudes e comportamentos frente ao erro. Gente, viva aos erros que cometemos na vida, pois com eles crescemos e aprendemos mais rápido!!! O problema é quando nossa atitude frente ao erro é de omissão, negação, ou ainda pior, da mentira para esconder o erro. Foi o caso da funcionária em questão no exemplo. Para esconder os erros de não ter cumprido sua palavra em avisar a chegada das doações, de não atender mais os telefonemas da cliente e não ter a humildade de pedir desculpas para então ir solucionar a situação. Além de não fazer nada para resolver, contou a mentira do sistema fora do ar no Brasil todo, quem sabe até para esconder o fato de não saber operar o câmbio manualmente pelo telefone.
Ao final do relato da minha amiga sobre a situação, disse a ela que realmente, é muito difícil trabalhar com pessoas burras, embora ela ache que a funcionária não foi burra, apenas preguiçosa. Ela pode até ter sido preguiçosa no momento em que não ligou, que não realizou o procedimento adequado, que mentiu para não ter que fazer o trabalho naquele momento, etc... Curiosa, fui buscar no dicionário o que é uma pessoa burra, é uma pessoa tola e estúpida, ou seja, esta funcionária foi muito estúpida ou tola de não perceber que sua atitude não comprometia “somente” a cliente, mas sim todo o trabalho da sua empresa, uma imagem como profissional e até mesmo seu emprego.
Seja burrice ou preguiça, já não importa mais, fato é fato, aconteceu. Espero que este ambiente corporativo tenha aprendido as suas lições: responsabilidade pelo que se deve fazer e humildade na realização das suas atividades. Ainda em tempo, caros leitores, se errar não tenham vergonha de pedir desculpas e começar de novo. O máximo que pode acontecer é você acertar!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vício de Linguagem


Vício de linguagem. Todo mundo já ouviu falar nisso, mas na prática bem poucas pessoas se dão conta quando o tem. O pior é quando este teimoso vício ultrapassa os limites do convívio sócio-familiar e adentra o mundo corporativo, tornando a comunicação um jogo perigoso. Nossa língua portuguesa é considerada pelos lingüistas, uma das mais ricas e consequentemente uma das mais arriscadas para quem quer se tornar um perito. Como nós, pobres mortais, não temos a mínima pretensão em nos tornarmos exímios propagadores da língua dito culta, podemos caminhar por uma trilha bem mais suave e menos dolorosa e prestar atenção somente no básico! Como já dizia um professor da faculdade sobre o ofício de dar aulas: em sala de aula você pode fazer só o feijão com arroz, mas faça bem feito! Não farei juízo de valores sobre certo ou errado nesta afirmativa, pois acho que nenhum profissional pode viver uma vida inteira fazendo somente o feijão com arroz. Onde quero chegar é dizer a todos os profissionais que se forem fazer uso da linguagem escrita ou falada, o façam bem feito ou você pode correr o risco de dar um tiro no pé, dependendo da situação na qual está inserido.
Vejam o exemplo de um fisioterapeuta, que fez divulgação do seu serviço de massagem terapêutica e relaxante dentro de uma empresa com aproximadamente 500 funcionários, colando cartazes em praticamente todos os setores, nos quais dizia que fazia atendimentos para quem tem dor no pescoço, no corpo em geral e dor na “costa”. Um erro que passaria como erro de digitação, faltou um “s” no final da palavra. Mas para quem mora na cidade onde aconteceu este “causo”, como dizia meu avô, sabe que a palavra utilizada para designar costas, é mesmo costa. Viram? Vício de linguagem.
Os lingüistas vão falar que na comunicação oral, pode não haver “erro” de lingüística, pois a comunicação aconteceu e todos entenderam o que estava sendo dito, pois isso se trata de movimentos lingüísticos como, por exemplo, a extração do “s” das palavras no plural. Mas considerando uma comunicação dentro de uma empresa e ao público que estava sendo dirigido, por favor, consultem SEMPRE o dicionário! Lembrem-se: se é vício, é porque não é bom!
Ainda em tempo, conforme o dicionário Priberam na língua portuguesa, “costa” quer dizer: 1. Parte da terra firme que emerge do mar ou por ele é banhada; 2. Por ext. Mar próximo à costa; 3. Utensílio para brunir a sola do calçado; 4. Acha; 5. Encosta, ladeira; 6. Fig. Arruinar-se. Já “costas”, quer dizer: 7. Parte exterior do corpo desde o cachaço até à região lombar; 8. Parte do vestuário que cobre as costas; 9. Parte traseira; 10. Encosto (do assento); 11. Parte oposta ao fio dum instrumento cortante; 12. Parte posterior de certas coisas; 13. Dorso, lombo do animal.