Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


domingo, 17 de outubro de 2010

Morangos com Chantilly

Olhei para o lado e a par de todas minhas preocupações vi uma das cenas mais libertadoras da semana: um menino com seus oito ou nove anos em frente a uma taça cheia de morangos com chantilly, cada colherada que levava à boca produzia um sorriso de “Coringa” e um “bigode” branco divertido, que de longe me fez rir.

Como é bom simplesmente rir.

Neste momento me dei conta do quanto é importante não perdermos a alegria dos pequenos momentos da vida, principalmente quando o trabalho nos exige mais velocidade, quando a distância do parceiro que se achava ideal para a vida é inevitável, quando temos quem amamos longe, quando já não se há companhia para um simples almoço.

Ao ver aquela cena, estava eu no restaurante, lugar para se alimentar e descansar entre a labuta da manhã e desespero da tarde quando vamos desconfiando que o dia não será suficiente para fazermos tudo o que achamos que precisamos fazer. Entretanto, o que estava eu fazendo? Com a agenda aberta, esboçando critérios de avaliação do meu setor que se transformariam mais tarde em indicadores de resultado e qualidade. Ah, tantas preocupações, gestão de pessoas, mais de 500 vidas em minhas mãos. Minhas decisões ou omissões implicam em alegrias, desenvolvimento ou frustação de várias centenas de pessoas. Minha cabeça fervilhava de preocupação, ideias, projetos, minhas mente não parava e minhas mãos em vão tentavam registrar nas páginas de minha agenda, tudo que era preciso para lembrar mais tarde.

Tudo parou quando meus olhos viram aquele sorriso fácil, aquele gosto pelos morangos cobertos pela neve branca e macia. Ah, entendi nesse instante como é importante não perdermos o gosto pela vida, pelos morangos que aparecem no nosso caminho e se em algum momento os morangos pareçam sem graça, que ainda podemos encher de chantilly por cima e torná-los incrivelmente divertidos.

Hoje, relendo Richard Bach, pela voz do Mestre Chiang, lembrei-me daquela cena do restaurante, quando ele estava orientando Fernão, o qual dizia que não queria limites para sua velocidade de voo, pois queria sempre ser mais e mais veloz. Sobre isso, disse simplesmente Mestre Chiang: “velocidade é estar presente”.

Se velocidade é estar presente no momento em que estamos vivendo, daqui em diante, vou aproveitar mais as pausas, rir mais, dançar mais, ler mais, viver mais, me deixar contaminar e tentar contagiar todos aqueles que me rodeiam com a inexplicável inocência e graça de uma criança comendo morangos com chantilly. E assim como Fernão, vou tentando entender as pessoas que ainda não aprenderam a importância do estar presente.