Educação é antes de tudo arte!
Arte de sentir, arte de ser, arte de conhecer... É ser curioso, é não aceitar a simples resposta: porque é assim!
Educação é mais do que ser cortês, é desejar alterar as fronteiras do conhecido para adentrar o desconhecido, é humanizar-se, é evoluir em atitudes e comportamentos.
Educar-se é estar constantemente trilhando o caminho do desenvolvimento, e esse caminho não é solitário, é conjunto!

Vamos juntos trilhá-lo!


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRADIÇÃO FOLCLÓRICA – BOI GARANTIDO E CAPRICHOSO E AS ORIGENS DO FESTIVAL DE PARINTINS

A cidade de Parintins, no interior do Estado do Amazonas, em plena Amazônia Brasileira, é palco de uma das tradições folclóricas mais bonitas do país: O Festival do Boi, que ocorre anualmente, sempre no último final de semana do mês de junho. A tradição de festejar com a figura do Boi parece que chegou ao Amazonas com os primeiros migrantes nordestinos, vindos do Maranhão, Estado que cultua a tradição do Boi Bumbá. Uma das explicações das origens da tradição do Boi Bumbá, diz que na época da escravidão, os escravos que não tinham muitas opções de lazer, costumavam juntar ossadas de boi e sobre elas jogavam trapos, transformando-os em “bonecos de boi”. Esses bonecos eram movimentados pelos próprios escravos que possivelmente até “dançavam” e inventavam estórias para este “personagem”.
Entretanto, atualmente é sabido que o grande Festival de Parintins é movido pela disputa das apresentações entre os bois Garantido, boi branco com símbolo de coração vermelho e boi Caprichoso, boi negro com símbolo de estrela azul.
As origens destes dois bois não são bem definidas, mas uma das origens mais aceitas é que o “Boi” Garantido, como um tipo de agremiação que promovia uma festa ao boi, foi fundado por Lindolfo Monteverde, que após adoecer gravemente promete a São João Batista que jamais deixaria de levar o seu “Boi” às ruas para festejar sua saúde. O motivo da promessa ser o festejo do boi veio de uma das histórias que seu avô contava sobre um boi, brincalhão e animado que dançava e enchia de alegria os locais por onde passava até que um dia foi morto por um dos empregados da fazenda onde viva. Pai Francisco o matou para satisfazer os desejos de sua esposa, Mãe Catirina, que estava grávida e teve desejo de comer língua de boi. Todos da cidade passaram a perseguí-los, pois amavam o boi. Pai Francisco se transformou no “vilão” da história até ser perdoado quando, depois de muita reza, o médico, o padre, o Amo da fazenda e sua filha, a Sinhazinha, ressuscitarem o boi.
Para o nome Garantido, a explicação mais plausível é que tenha surgido dos repentes que os brincantes cantavam como forma de atiçar os “bois” contrários. Diz-se que Monteverde,que era bom repentista, fazia alusão que seu boi era muito bom e se “garantia” numa boa briga ou ainda quando mandava o boi contrário tomar cuidado pois ele “garantia” que o seu “boi” era o melhor.
Já as origens do Boi Caprichoso parecem ser mais polêmicas, pois há duas vertentes: uma diz que o caprichoso é uma dissidência do Boi Garantido, tendo sido criado, portanto, por volta de 1925 a 1929. A segunda vertente, mais bem fundamentada, diz que o Boi Caprichoso foi criado pelos irmãos Cid, Raimundo, Pedro e Félix, migrantes cearenses que antes de chegar ao Amazonas conheceram a Marujada Paraense (tipo de ritmo e dança do Estado do Pará, organizada por mulheres e tocada por instrumentistas homens, todos vestidos de branco e quase sempre azul – como marujos). Ao chegar em Parintins os irmãos fazem uma promessa à São João Batista, requerendo prosperidade. Eis que eles juntam a tradição do Boi-bumbá, já conhecida na cidade, e da Marujada Paraense, fundando em 1913 o Boi-Bumbá Caprichoso, com as cores branca e azul (estrela) e com um grupo de batuqueiros que denominaram de Marujada de Guerra.
Em aproximadamente meio século de tradição popular, outros elementos passaram a fazer parte dos rituais festivos. Atualmente, elementos e símbolos indígenas foram incorporados aos festejos, que se transformaram em apresentações grandiosas dos dois Bois, concorrendo a títulos e premiações. Na década de 60 os festejos populares transformaram-se oficialmente no Festival Folclórico. A partir disso, a cidade de Parintins e seus cidadãos preparam-se o ano inteiro para receber os visitantes dos folguedos do Festival. A cidade se divide em azul - Caprichoso e vermelho - Garantido, rivalidade percebida nas soleiras coloridas das portas e portões das casas, nos famosos “triciclos” (meio de transporte tipo “charrete”, mas conduzido por bicicletas), e nos diálogos dos nativos locais, nos quais são expressamente proibidos pronunciar o nome do Boi oposto ao seu, referindo sempre a estes, apenas como “Boi contrário”.

Fontes:

CIRIGOLA, Sheila. http://www.boibumba.com/history_pt.htm - Acessado em fevereiro/2010.
http://boigarantidoecaprichoso.blogspot.com/ - Acessado em fevereiro/2010.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boi_Caprichoso - Acessado em fevereiro/2010.

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